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“A fraude não teria acontecido se o INSS usasse nossa tecnologia”, diz CEO da Valid

O golpe bilionário praticado no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) contra aposentados e pensionistas poderia ter sido evitado. É o que afirma Ilson Bressan, CEO da Valid, multinacional brasileira de identificação digital em transações online. “Sem dúvida, a fraude não teria acontecido se o no INSS usasse nossa tecnologia”, disse o CEO da Valid, em entrevista exclusiva ao BRAZIL ECONOMY. Isso porque a empresa possui ferramentas de biometria e verificação de autenticidade que garantem a segurança nas operações. Não por acaso, com a demanda aquecida, a empresa está crescendo a todo vapor – na mesma velocidade em que avançam os roubos virtuais em transações de todos os tipos.

A companhia, listada na B3 sob o código VLID3, encerrou os três primeiros meses do ano com receita líquida de R$ 501 milhões, crescimento de 4% na comparação anual, Ebitda de R$ 104 milhões e lucro líquido de R$ 73 milhões. Os chamados “Novos Negócios” ganharam protagonismo, já representando 15% da receita e 27% do Ebitda da empresa. “Como somos garantidores da integridade das operações, temos dado suporte desde bancos até operadoras de telecom”, afirmou Bressan.

O desempenho foi impulsionado principalmente pela consolidação da VSoft, empresa especializada em soluções de identificação e certificação de processos, cuja aquisição foi finalizada em janeiro deste ano. A receita dos Novos Negócios, desconsiderando a VSoft, cresceu 88% em relação ao mesmo período de 2024, alcançando R$ 60 milhões. Com a nova subsidiária, esse número salta para R$ 77 milhões.

A companhia também se beneficiou de um ganho não recorrente de R$ 29 milhões com a venda de ativos na Colômbia, o que inflou o lucro líquido do trimestre. Mesmo sem esse efeito, o lucro líquido recorrente atingiu R$ 44 milhões, avanço de 23% frente ao primeiro trimestre de 2024. “Temos trabalhado em duas frentes: manter a liderança nos mercados legados com mais eficiência, e entregar crescimento a partir de soluções digitais e transacionais, especialmente nas frentes de Governo Digital, Onboarding e Mobile”, acrescentou.

Verticais em movimento: da carteira de identidade ao eSIM

O segmento Valid ID, voltado a sistemas de identificação, foi o principal motor de crescimento do trimestre. A vertical faturou R$ 244 milhões, alta de 26%, com Ebitda de R$ 76 milhões e margem de 31,2%. O número de documentos emitidos atingiu 7,7 milhões, puxado pelo avanço da nova Carteira de Identidade Nacional (CIN), que cresceu 22%, compensando a esperada retração de 8% na emissão de CNHs. Segundo Bressan, com apenas 10% da população brasileira já portando o novo documento, o potencial de crescimento para a CIN é significativo, e a Valid está posicionada para capturar essa demanda.

Na vertical Mobile, voltada à conectividade e soluções embarcadas, a companhia também mostrou vigor: a receita cresceu 26%, para R$ 125 milhões, e o Ebitda saltou 48%, atingindo R$ 21 milhões. A empresa segue como referência no setor, conforme o relatório “eSIM Provisioning CORE Scorecard 2025” da Counterpoint.

Já o segmento Pay, de meios de pagamento, foi o ponto fora da curva. A vertical viu sua receita cair 31%, para R$ 131 milhões, e o EBITDA despencar 84%, afetado por maior competição, alta do dólar e a reacomodação da operação na Argentina. A margem ficou em apenas 5,1%.

Caixa forte e disciplina em alocações

Apesar dos desafios, a Valid reforçou sua capacidade de gerar caixa: R$ 133 milhões de geração operacional no trimestre, o que corresponde a 127% do Ebitda. Com isso, encerrou o período com uma confortável posição de caixa líquido de R$ 157 milhões, ou -0,3x o Ebitda dos últimos 12 meses — demonstrando alavancagem negativa.

Essa robustez financeira permitiu à companhia realizar a primeira tranche de pagamento de Juros sobre Capital Próprio (JCP) em março, reafirmando seu compromisso com a remuneração aos acionistas. No entanto, a empresa optou por não distribuir dividendos extraordinários, priorizando reinvestimentos estratégicos para garantir crescimento sustentável e ampliação de margens. “A decisão reflete nosso compromisso com a sustentabilidade financeira e a geração de valor duradouro, priorizando inovação e aquisições estratégicas como a da VSoft”, destacou o CEO.

Mais do que resultados financeiros, o primeiro trimestre deste ano, segundo Bressan, deixa claro que a Valid está em meio a uma transformação estratégica. A empresa vem expandindo sua atuação com governos estaduais em soluções digitais — só no trimestre, 12 estados geraram receita na vertical de Governo Digital, que totalizou R$ 24 milhões. Em Soluções de Onboarding, a receita foi de R$ 17 milhões.

Ao todo, as iniciativas digitais nas verticais de ID e Mobile somaram R$ 41 milhões em receita e R$ 20 milhões em EBITDA — evidenciando o potencial dessas frentes para ditar o futuro da companhia. “A Valid chega a 2025 com os pés firmes na tradição de eficiência e a cabeça voltada ao futuro digital. A estratégia de diversificação, o foco em inovação e a disciplina na alocação de capital criam uma base sólida para o crescimento sustentável nos próximos ciclos.”

Leia a reportagem na íntegra no Brazil Economy.

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