Cidadão no Centro

O "paradoxo digital": por que a confiança é a nova infraestrutura do governo

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Autor:
Redação Valid
Data de Publicação:

Vivemos em uma era de conectividade sem precedentes. No entanto, um relatório recente do Banco Mundial, The Upside of Digital for the Middle East and North Africa, identificou um fenômeno curioso que pode acender um alerta para o gestor público no Brasil: o paradoxo digital.

O estudo mostra que, naquela região, o uso de mídias sociais é extremamente alto — cerca de 8% acima do esperado para o nível de renda da população. Contudo, o uso da internet para pagamentos e transações econômicas não acompanha o avanço, ficando 15% abaixo do potencial previsto.

A correlação entre os números pode indicar que as pessoas confiam na tecnologia para interagir socialmente, mas hesitam quando o assunto é transacionar com instituições. Para o governo digital, isso levanta a questão: além de infraestrutura digital robusta, o que mais é preciso fazer para que o cidadão adote, de fato, serviços públicos digitais?

O diagnóstico: o obstáculo é "analógico"

É tentador pensar que a transformação digital se resolve apenas com mais antenas 5G, aparelhos de celular, servidores robustos e aplicativos modernos. Mas o relatório argumenta que os verdadeiros obstáculos para uma economia digital florescente são mais "analógicos" do que digitais.

Embora os pilares fundamentais, como infraestrutura digital e sistemas de pagamentos, sejam fundamentais, eles não são suficientes. O problema central não é apenas o acesso à tecnologia, mas a confiança social. A adoção generalizada de ferramentas digitais depende da confiança da sociedade no governo, no ambiente regulatório e nas instituições financeiras.

Para o gestor brasileiro, isso significa que lançar um portal de serviços ou uma carteira de identidade digital pode não ser suficiente se a população não sentir segurança jurídica e técnica. Sem esse componente humano, a tecnologia permanece subutilizada.

💡O que é conectividade significativa e por que ela é fundamental para o desenvolvimento digital do Brasil

O Governo como guardião dos dados do cidadão

Como virar essa chave? O estudo sugere uma mudança de mentalidade fundamental na governança: mover-se da simples coleta e propriedade de dados para o conceito de Data Stewardship, algo como gestão responsável dos dados em tradução livre.

Neste modelo, o governo atua como um guardião das informações do cidadão, assumindo obrigações sobre como esses dados são coletados, processados e protegidos. Isso exige transparência radical. Quando o governo assume esse papel de steward, ele fortalece a competição não pelo preço, mas pela privacidade e segurança, gerando um ciclo virtuoso de confiança.

Além disso, o relatório destaca que iniciativas de Governo Digital são umas das ferramentas mais poderosas para construir essa confiança rapidamente. Iniciativas como transferências de renda digitais e pagamentos digitalizados para serviços públicos habituam o cidadão ao ambiente digital seguro.

Se desenhado corretamente, o governo digital, além de simplificar burocracias, "ensina" o cidadão a confiar em transações digitais.

3 dicas para o gestor público brasileiro

Inspirados pelas conclusões do Banco Mundial, aqui estão três caminhos para aplicar esses conceitos na gestão pública no Brasil:

  1. Identidade Digital como âncora de confiança: a identidade é a porta de entrada. Um sistema de identificação robusto combate fraudes e, idealmente, garante que o cidadão saiba exatamente quem está acessando seus dados. Isso ajuda a mitigar a "poluição de dados" — um conceito trazido pelo relatório sobre o uso excessivo e inseguro de dados, onde a falta de privacidade gera danos coletivos.
  1. Focar na experiência transacional: o foco deve ser a redução da fricção, garantindo que o serviço antecipe as necessidades do usuário de forma inteligente. Soluções como o Ben+ exemplificam essa eficiência ao unificar a distribuição de benefícios em uma jornada única e intuitiva, mostrando que a integração de dados, quando bem-feita, gera valor imediato e simplifica a vida do cidadão.
  1. Regulação que habilita, não que trava: é preciso criar um ambiente regulatório abrangente que inclua segurança do cidadão, segurança cibernética e proteção de dados. Regulamentações claras não são burocracia; são convites para o cidadão usar o sistema sem medo, aumentando a confiança nas transações digitais.

Valid: a ponte para a confiança digital no Brasil

Superar o Paradoxo Digital exige infraestrutura de credibilidade. A proposta da Valid é transformar a forma como pessoas, empresas e governos lidam com identificação digital através de um ecossistema completo que conecta soluções inovadoras para garantir segurança, confiabilidade e agilidade em processos de autenticação, validação e gestão de identidade.

Combinando tecnologia de ponta e expertise consolidada, a plataforma responde às demandas crescentes por proteção de dados e interoperabilidade em um mundo cada vez mais digital.

Mais do que um conjunto de produtos, a plataforma oferece uma experiência unificada. Essa integração permite reduzir riscos, simplificar processos e oferecer uma experiência superior ao usuário, sem renunciar à conformidade regulatória e da privacidade.

É a evolução necessária para um Brasil conectado, onde identidade é sinônimo de proteção, conveniência e credibilidade.

>> Saiba mais sobre a Plataforma Integrada de Identidade do Brasil

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